Músicas só tem duas classificações: boas e ruins. Eu fico com as boas. As ruins eu ouço também. Só uma vez.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

Nowhere Man

Não é porque é dos Beatles, mas esta também é magistral.

1965. John Lennon estava deprimido. Já há algum tempo vinha escrevendo mais sobre si, sobre o que estava sentindo. A letra fala um pouco disso, "making all his nowhere plans for nobody".

O arranjo vocal, em três vozes, sempre com efeito mortal, foi praticamente desenhado a partir da voz solo (John). Na época da gravação do Rubber Soul, eles já dominavam as técnicas de gravação. É claro que os equipamentos utilizados não eram tão bons como os dos estúdios americanos, então eles tinham que se esforçar mais (Fonte: The Beatles - Bob Spitz).

A parte do Paul era o vocal agudo. Para o George, um cara criativo e em constante busca do novo, sobrava o vocal grave. Seria bem mais fácil se ele escolhesse fazer um vocalzinho despretencioso, tipo uma terça abaixo da voz solo, mas, não! Isso não! Não para ele. Não para os Beatles.

Graças à busca pelo diferente, Nowhere Man foi elevada à categoria de desafio pelas bandas concorrentes, Algo a ser copiado ou reinventado. Falando em cópia, para os covers da época (Aqui no Brasil, o mais famoso era "Renato e Seus Blue Caps"), era bem difícil reproduzir estes sons novos. A partir de "Revolver" e "Rubber Soul", as músicas estavam diferentes, mais difíceis de reproduzir. Quanto mais, criar versões em português... (ou, Aversões, como queiram...).

Naquela época, os Beatles eram conhecidos por usarem as Gretsch (George) e Rickenbacker (John). Nesta gravação, o George usou uma Fender Sonic Blue, que eles ganharam do fabricante. A mesma que, em 1967, ele usou no filme "Magical Mystery Tour", com pintura psicodélica. Aumentou o volume do Vox Ac 30 ao máximo, e criou aquele som novo (créditos: Beto Iannicelli e Marcus Ricardo Rampazzo)!

Outra coisa a ressaltar era a linha de baixo! O que era aquilo?! Totalmente diferente de tudo o que se ouvia até então. Era um complemento, um outro solo correndo pela melodia.

Enfim: uma bela melodia, com todos os complementos citados, com o arranjo que a imortalizou.

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